Vídeo-aula 6: Temas Transversais em Educação

Esta vídeo-aula está organizada em dois momentos diferentes: no primeiro, apresenta as diferentes concepções de transversalidade na educação, bem como as diferentes formas de trabalhá-las no cotidiano escolar; no segundo momento, apresenta um projeto transversal e interdisciplinar desenvolvido numa instituição escolar.

Profª  Valéria Arantes (Faculdade de Educação – USP).

Estrutura da Aula:

  • 1 º Momento: Diferentes concepções de transversalidade;
  • 2º Momento: Prática de transversalidade.

Cada cultura deve agir de uma maneira muito livre e cada comunidade ou instituição escolar deve eleger os temas prioritários a serem trabalhados. Na legislação brasileira, os Parâmetros Curriculares Nacionais sugerem que sejam trabalhados alguns dos seguintes temas: ética, saúde, meio ambiente, orientação sexual, pluralidade cultural, trabalho e consumo.

Há diferentes concepções de transversalidade.

Existem duas diferentes formas de promovê-las:

Concepção 1: As disciplinas são o eixo vertebrados do currículo. A escola continua organizada ao redor das disciplinas escolares tradicionais (Matemática, Línguas, História…). Isso quer dizer que o objetivo da escola é desenvolver o conhecimento destas disciplinas.

1. Atividade pontuais:
desenvolvidas na escola de maneira pontual. Exemplo: um professor de Ciências se programa para trabalhar durante uma semana sobre drogas, desenvolvendo ações de maneira pontual, dentro da disciplina na qual é responsável. Neste caso há a fragmentação da aprendizagem.

2. Disciplinas, palestras e acessorias sobre os temas transversais. Exemplo: quando a escola contrata profissionais para fazer ciclos de palestras ou cria uma disciplina sobre ética. Também há a fragmentação do conhecimento neste caso.

3. Oferecimento de projetos interdisciplinares sobre temas transversais. Exemplo: ONG promove materiais ricos para trabalhar temáticas transversais. Esse material chega à escola os professores trabalham sobre um tema. Porém, não havendo diálogo entre as diferentes disciplinas, a transversalidade não acontece.

4. A transversalidade deve estar incorporada nas próprias disciplinas. Os professores defendem que não existe sentido trabalhar a cidadania fora das disciplinas. A grande crítica é que a prioridade continua sendo as disciplinas e não os temas transversais.

5. A transversalidade é trabalhada como currículo oculto. Exemplo: quando há desentendimento entre alunos no recreio a escola trabalha sobre valores. O perigo é cair no moralismo, pautada em valores individuais dos professores. Há a falta de sistematização e intencionalidade do trabalho. Promover a transversalidade a partir de “ganchos”, ou seja, situações que aparecem no cotidiano da escola, não é a maneira mais adequada de se trabalhar.

Concepção 2: As retas verticais representam o eixo vertebrador do currículo, ou seja, as temáticas que são necessárias serem trabalhadas na comunidade. Perpassando transversalmente estão as disciplinas curriculares. Isso é uma mudança paradigmática muito importante. Os conteúdos tradicionais deixam de ser “finalidade” da educação e passam a ser concebidos como “meio” para se trabalhar os temas transversais.

As temáticas transversais são pontos de partida ou de chegada na formação do sujeito. Elas objetivam a educação em valores e tornam-se o eixo vertebrador do sistema educativo, em torno dos quais serão trabalhados os conteúdos curriculares tradicionais.

Apesar de estarmos de acordo com a segunda concepção, pelos termos epistemológicos que elas nos traz, é necessário reconhecer que ela continua promovendo determinada fragmentação à medida que as diferentes temáticas não se encontram, pois não existem articulações entre elas. Por isso, continuamos buscando novas metáforas para se conceber essa transversalidade.

Em busca de novas metáforas para a transversalidade tanto nos campos disciplinares quanto nas áreas de conhecimento.

Concepção 3: Novas metáforas para a transversalidade.

  • Estratégias que vão além da compartimentalização disciplinar (romper com a organização escolar);
  • Estratégias que tiram a escola do seu isolamento, conectando-a com o mundo externo.

Pretendemos promover um trabalho que tenha como ponto de partida um tema relevante para uma determinada comunidade. Exemplo: poluição de um córrego que passa em determinada comunidade. Esse é um eixo vertebrador e a partir deste tempo posso recorrer aos diferentes campos do conhecimento. Também quanto à sexualidade ou à violência. Isso exigirá um trabalho articulado entre diferentes professores para termos uma visão mais completa e complexa dos problemas sociais.

O Prof Ricardo Pátaro (Mestre pela USP em Temas Transversais e Projetos Complexos) apresentou um projeto promovendo uma ligação entre as diferentes disciplinas e os diferentes campos de conhecimento.

Sobre Meily Cassemiro

Há pessoas que fazem com que a gente floresça todos os ramos, brote todos os galhos, sejamos o que de melhor podemos ser. São pessoas que a gente AMA e que nos possibilitam nos deixar amar por elas e por NÓS mesmos. Nos apaixonamos por elas e pelo que elas nos habilitaram a SER. Há as que despertam o que há de pior em nós: a mesquinhez, a inveja, o rancor, a amargura, a tirania, a doença. Também precisamos delas, como precisamos de uma tomografia ou um raio x. Precisamos localizar onde dói, o que faz doer, o que causou aquilo, para poder curar. O que não se pode é empacar entre o diagnóstico e a cirurgia. É onde entra a CORAGEM de ser FELIZ. Uma vez alguém me disse que há muito tinha se convencido de que as pessoas são tão mais felizes quanto podem se permitir SER ELAS MESMAS. Acho que é isso. Mas ser a gente mesmo às vezes implica ser diferente conforme a circunstância, conforme o outro, conforme o caso. Implica ir se metamorfoseando. E assim, somos um grande mosaico mutante de muitas faces, muitas vidas, muitos de nós mesmos para muitos outros, que a gente espera que vá ficando cada vez mais bonito, que a gente espera que vá podendo ser cada vez mais FIEL AO QUE SOMOS, ao que QUEREMOS SER, ao que SONHAMOS NOS TORNAR.
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