Vídeo-aula 2: A ação educativa ao longo da trajetória escolar.

Nesta aula a professora tratou de temas como:

– Princípios e significados da ação educativa;

– A criança na Educação Infantil e as implicações educativas;

– A criança no Ensino Fundamental e as implicações educativas;

– O jovem no Ensino Fundamental Médio e as implicações educativas.

 

Profª Silvia Colello.

Faculdade de Educação – USP.

 

A professora pesquisou sobre o que acontece nas escolas para além do ensino/ transmissão do conhecimento. Ela constatou que algumas escolas têm ações e projetos com diferentes temáticas, como: drogas, recuperação, orientação sexual, orientação de estudo, adaptação, etc.

A ação educativa tem que ser feita no caminho da trajetória escolar.

TREJETÓRIA ESCOLAR: Ao longo da trajetória de vida, o que a escola representa para o aluno?

AÇÃO EDUCATIVA: Qual é o professor nas sucessivas etapas da escolaridade?

Na Educação Infantil temos uma escola marcada pela grande novidade, pelas brincadeiras e pelas relações com os amigos.

Profª Meily e alunos da Educação Infantil da Escola Zezé Figueiredo; março de 2012.

A criança desenha a escola como espaço de brincar. “Escola é um lugar onde tem muitos brinquedos pra gente brincar com os amigos.”

Qual é o papel do professor na Educação Infantil?

– O que está em jogo: Adaptação – ampliação das referências dos saberes, das linguagens e das relações.

– Papel do Professor: institucionalização.

Investimento nas esferas afetiva, funcional, cognitiva, linguística e de ajustamento pessoal.

O professor deve mostrar para o aluno como a escola funciona, como é a escola.

 

Ensino Fundamental (1º e 2º ANOS): escola como espaço do aprender.

“O 1º ano é legal, mas agora a gente não pode mais brincar.” (1º ano, EF)

Este depoimento é preocupante, pois a criança percebe que aprender nem sempre é fácil. Como conciliar isto com a alegria de aprender?

– O que está em jogo: autoconceito, motivação para aprender, adaptação ao ritmo da escola, novos critérios de convivência social.

– Papel do professor: institucionalização (como a escola funciona).

Apoio funcional, fortalecimento do vínculo com o saber, estimulação dos valores que regem a convivência social.

 

Ensino Fundamental (3º a 4º ANOS): escola como espaço plural.

Professora Meily e alunas do 4º ANO do Instituto Nossa Senhora do Carmo; setembro de 2011. Incentivo à leitura e fortalecimento da relação aluno-escola pelas dimensões afetiva, metodológica, funcional, cognitiva e social.

3º EF: Depoimento citado pela profª Silvia: “Gosto muito de escrever, gosto de pintar, mas não gosto de desenhar, sou filha mais velha, tenho 11 amigas, não gosto de gente fofoqueira, não gosto de matemática, adoro ciências, gosto de estudos sociais e não gosto de português.”

O que está em jogo: autoconceito acadêmico, aprender a aprender, organização, autonomia, disponibilidade para lidar com dificuldades.

Papel do professor: escolarização (investir na formação do aluno-estudante).

Fortalecimento da relação aluno-escola pelas dimensões afetiva, metodológica, funcional, cognitiva e social.

Ensino Fundamental (5º a 9º ANOS): a escola entre tantos outros mundos.

6º ANO EF: “Já são quatro hora e eu tenho que estudar para a prova de Português, mas meus amigos me convidaram para jogar futibl, eu acho que vou jocar e depois e estudo, me desidir vou ir e depois estudarei mas se au me atrasar e não de tempo de estudar e eu for mal na prova minha mãe me mata, mas se o meu time perdes eles me matam! O que eu faço. Filho ta na hora de ir para escola, hoje você tem prova esqueceu? Não mãe eu já to indo! A prova!!! O fitibol era só um sonho e eu não estudei ai meu Deus do céu.”

Nesse depoimento percebemos que o menino fica dividido entre as necessidades da escola, entre os amigos e o futebol.

Ensino Médio: entre o reconhecimento da escola e a disponibilidade para investir na aprendizagem.

2º EM: “A escola é importante… super importante: vestibular, trabalho… Mas é um saco aguentar isso aqui. O que salva são as minas…”

O aluno reconhece a importância da escola, mas ao mesmo tempo estão interessados em outras coisas.

Papel do professor nos EFII e Ensino Médio:

O que está em jogo: lidar com crises, conflitos, projetos de vida, cobranças de desempenho, opção profissional, autonomia, redefinição da identidade de valores.

Papel do professor: escolarização e preparação para a vida social: apoio, orientação, sensibilização, conscientização sobre aspectos da vida e responsabilidade social.

Em síntese, a professora Silvia Colello mostra que ação educativa ao longo da trajetória escolar caracteriza-se pela: institucionalização, escolarização e preparação para a vida social. Isso é flexível e às vezes é necessário lembrar o aluno que escola tem regras, disciplina, horários, ensinar a ter ordem no caderno, fazer um resumo… O professor deve ter a sensibilidade de perceber para propor projetos que ajudem seus alunos seguindo os princípios educativos. O papel do educador é acolher o aluno, trazer o aluno para dentro da escola (institucionalização), dar um “banho” de escolaridade no aluno, fazendo esse aluno viver bem a vida escolar (escolarização), e jogar este aluno de volta para a sociedade de forma responsável e compromissada (preparação para a vida social).

Sobre Meily Cassemiro

Há pessoas que fazem com que a gente floresça todos os ramos, brote todos os galhos, sejamos o que de melhor podemos ser. São pessoas que a gente AMA e que nos possibilitam nos deixar amar por elas e por NÓS mesmos. Nos apaixonamos por elas e pelo que elas nos habilitaram a SER. Há as que despertam o que há de pior em nós: a mesquinhez, a inveja, o rancor, a amargura, a tirania, a doença. Também precisamos delas, como precisamos de uma tomografia ou um raio x. Precisamos localizar onde dói, o que faz doer, o que causou aquilo, para poder curar. O que não se pode é empacar entre o diagnóstico e a cirurgia. É onde entra a CORAGEM de ser FELIZ. Uma vez alguém me disse que há muito tinha se convencido de que as pessoas são tão mais felizes quanto podem se permitir SER ELAS MESMAS. Acho que é isso. Mas ser a gente mesmo às vezes implica ser diferente conforme a circunstância, conforme o outro, conforme o caso. Implica ir se metamorfoseando. E assim, somos um grande mosaico mutante de muitas faces, muitas vidas, muitos de nós mesmos para muitos outros, que a gente espera que vá ficando cada vez mais bonito, que a gente espera que vá podendo ser cada vez mais FIEL AO QUE SOMOS, ao que QUEREMOS SER, ao que SONHAMOS NOS TORNAR.
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